sábado, 26 de maio de 2012

O doce sabor do beijo solitário







Estava sentada, sozinha, esperando que alguém chegasse para me pegar. As luzes já haviam sido apagadas e não tinha quase ninguém ao meu redor além de algumas crianças brincando. Foram essas que me fizeram voltar no tempo, imaginar como as coisas teriam acontecido ou, ate mesmo, se eu seria a mesma pessoa que sou hoje.
                Lembrei como eu era feliz, como eu conseguia conquistar as pessoas com meu jeito desinibido de ser. Lembrei-me de ser a aluna “popular” do colégio, aquela que conhecia todo mundo, inclusive os alunos mais velhos. O tempo foi passando, como naqueles contos de natal em que os fantasmas vêm para lhe mostrar como você era, como é e como será, assim cheguei ao meu presente.
                Parecia estranho mas não era. Era apenas a realidade. Sozinha, sentada, a espera da vida. A vida que parecia brincar de realidade e ficção comigo. Olhei o celular, na esperança de fugir de todos aqueles sentimentos e lembranças. Algo em vão, as pessoas que eu procurava não estavam disponíveis e isso para mim merecia atenção. Fiz meu pensamentos voarem novamente.
                Disponibilidade? Até quando estamos disponíveis ou temos as pessoas a nossa disposição? O sentimento de egoísmo me veio a cabeça. Como eu era eg/oísta! Quantas foram as vezes que neguei a pessoas importantes em minha vida atenção, por pura falta de paciência ou preguiça de escutá-las? E em contra partida quantas foram as vezes que eu cobrei de alguém essa atenção e fiquei chateada por não tê-la? Me senti um lixo! Para mim eu não era uma amiga em todos os momentos, só nos felizes.
                Novamente tentei fugir daquilo tudo, por que não chegavam logo para me buscar? Por que tinha que ficar ali pensando no quanto não sou perfeita ou no quanto minha vida não era como eu queria? Queria fugir, também, daquelas perguntas. Encontrar um lugar onde existisse eu e minhas qualidades, onde ninguém pudesse me criticar, nem eu mesma.
                Mas aquilo seria mesmo a solução? Pensei novamente... O sentimento de solidão me consumiu novamente. O que eu realmente queria era um abraço, um sorriso, um carinho de alguém, qualquer um. Eu planava nas coisas ruins que me compõem e  ficava cada vez mais longe das minhas qualidades.
                Comecei a imaginar o que meus amigos diriam se estivessem ali comigo. Tentei direcionar meus pensamentos para as coisas boas da vida, para tudo que eu conquistei ate aquele momento. Como num milagre. Deu certo. Meu coração se acalmou e começou a acreditar nas coisas de bom que poderiam acontecer em minha vida. 




         De forma inesperada ele apareceu, não era quem eu esperava, mas disse que tinham pedido para que ele viesse me buscar. Consegui o abraço que eu tanto precisava. Depois de um doce beijo peguei minhas coisas e fomos embora. Sua presença ali me fez perceber que tudo de ruim em nossa vida só está presente em nossa cabeça e não nas ações ao nosso redor!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Nos braços de um Anjo


Dessa vez foi inevitável. A vida passou por mim de uma maneira destruidora, me derrubando de uma forma que eu não conseguia me levantar. Ficando machucada, sem saída e principalmente sem a pessoa que me ajudava a sair do chão. Foi estranho. Ainda é. Tudo parecia bem, sem brigas ou discussões, sem cansaço ou tristeza. Mas aí aconteceu! A vida se esqueceu de mim, me deixou para trás, como se eu não fosse nada. Eu corri. Corri atrás dela como nunca tinha feito na minha vida. Mesmo com o mundo gritando e implorando para que eu parasse. Eu continuei, continuei até que meus pés implorassem para parar. E mesmo assim ainda continuei um pouco mais.

Percebi, então, que estava perdida. Não sabia para onde ir, ou em quem confiar. Não sabia se ali era seguro, nem se eu podia simplesmente parar. Quando tudo parecia sempre piorar. Quando a minha vida tinha se perdido num mundo desconhecido, encontrei o que se diz em muitos livros, a chamada “luz”. A famosa luz no fim do túnel. Aquela que te indica a direção, que te mostra para onde caminhar e para onde é seguro.

O fato de poder me sentir segura, pareceu estranho a meu ver. Sentia como se há muito tempo estivesse andando num chão falso, que, por mais que me parecesse seguro e confiável, me derrubou num penhasco escuro e que parecia não ter fim. Sorte minha que era apenas um sentimento, e que por mais forte que ele parecesse, não superava os outros trilhões existentes em mim.

Fui me deitar tranquila, como se estivesse nos braços de um ser protetor. De um anjo amigo que estaria lá sempre que eu precisasse. Fazendo-me fugir daquele mundo que eu tanto temia, além de conseguir sonhar com o paraíso em que poderia ser eu, ser feliz. As pessoas podem até me chamar de anjo, justificando que alguém tão bom não pode ser um humano. Mas para mim ele que é o verdadeiro anjo, que mesmo não sendo a melhor pessoa para o mundo, era a melhor pessoa para mim. Era em quem eu confiava em quem eu podia deitar minha cabeça sem medo do que estava acontecendo ao meu redor.

Agora não apenas sonho com o meu paraíso. Eu vivo nele, sou feliz e sei que nada pode me abalar. Isso por que descobri que o mundo tem muitos anjos que nos ajudam a sair do escuro de um penhasco ou que estão lá em baixo para amortecer nossa queda. Anjos em que podemos lhes confiar nossas vidas, sem medo ou receio de se arrepender. E na esperança de que um dia sejamos os anjos dos nossos anjos!