Estava
sentada, sozinha, esperando que alguém chegasse para me pegar. As luzes já
haviam sido apagadas e não tinha quase ninguém ao meu redor além de algumas
crianças brincando. Foram essas que me fizeram voltar no tempo, imaginar como
as coisas teriam acontecido ou, ate mesmo, se eu seria a mesma pessoa que sou
hoje.
Lembrei
como eu era feliz, como eu conseguia conquistar as pessoas com meu jeito desinibido
de ser. Lembrei-me de ser a aluna “popular” do colégio, aquela que conhecia
todo mundo, inclusive os alunos mais velhos. O tempo foi passando, como
naqueles contos de natal em que os fantasmas vêm para lhe mostrar como você
era, como é e como será, assim cheguei ao meu presente.
Parecia
estranho mas não era. Era apenas a realidade. Sozinha, sentada, a espera da
vida. A vida que parecia brincar de realidade e ficção comigo. Olhei o celular,
na esperança de fugir de todos aqueles sentimentos e lembranças. Algo em vão,
as pessoas que eu procurava não estavam disponíveis e isso para mim merecia atenção.
Fiz meu pensamentos voarem novamente.
Disponibilidade?
Até quando estamos disponíveis ou temos as pessoas a nossa disposição? O
sentimento de egoísmo me veio a cabeça. Como eu era eg/oísta! Quantas foram as
vezes que neguei a pessoas importantes em minha vida atenção, por pura falta de
paciência ou preguiça de escutá-las? E em contra partida quantas foram as vezes
que eu cobrei de alguém essa atenção e fiquei chateada por não tê-la? Me senti
um lixo! Para mim eu não era uma amiga em todos os momentos, só nos felizes.
Novamente
tentei fugir daquilo tudo, por que não chegavam logo para me buscar? Por que
tinha que ficar ali pensando no quanto não sou perfeita ou no quanto minha vida
não era como eu queria? Queria fugir, também, daquelas perguntas. Encontrar um
lugar onde existisse eu e minhas qualidades, onde ninguém pudesse me criticar,
nem eu mesma.
Mas
aquilo seria mesmo a solução? Pensei novamente... O sentimento de solidão me
consumiu novamente. O que eu realmente queria era um abraço, um sorriso, um
carinho de alguém, qualquer um. Eu planava nas coisas ruins que me compõem e ficava cada vez mais longe das minhas
qualidades.
Comecei
a imaginar o que meus amigos diriam se estivessem ali comigo. Tentei direcionar
meus pensamentos para as coisas boas da vida, para tudo que eu conquistei ate
aquele momento. Como num milagre. Deu certo. Meu coração se acalmou e começou a
acreditar nas coisas de bom que poderiam acontecer em minha vida.